Sou,
Sou
tudo aquilo que tu não querias que eu fosse,
Sou
a escuridão,
Pássaro,
Avião,
Sou,
Sou
a pétala de rosa que trazes nos lábios,
O
poema cansado que beijam os teus seios…
Sou,
Sou
pedreiro,
Carpinteiro,
E
coveiro dos textos imperfeitos.
Sou,
Sou
os socalcos que iluminam o teu olhar,
Sou
a penumbra madrugada quando vais trabalhar,
Sou,
Sou
a esperança de viver,
E
deitar-me na tua mão esfomeada.
Sou
a roseira do teu quintal,
Sou
a melodia do teu corpo,
Quando
iluminado pelo Sol…
Sou,
Sou
tudo aquilo que tu não queres que eu fosse.
Sou,
Sou
o amanhecer,
O
charco embriagado da tua boca,
Sou,
Sou
o poeta do inferno,
O
camuflado sem-abrigo,
Apaixonado,
Sem
trigo.
Sou…
Sou
tudo aquilo que eu quero ser;
Um
sonhador,
Lenhador…
Poeta
candado…
Das
noites em flor!
Alijó,
12-06-2019
Francisco
Luís Fontinha – Alijó