foto de: A&M ART and Photos
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Objectos complexos
quiçá dos número perfeitos que o
corpo absorve
objectos como serpentes venenosas
enroladas na garganta da morte...
e o teu novíssimo esqueleto de chita
vagueia sobre os zincos telhados
que a noite esconde quando das estrelas
vêem-se os alicerces da solidão,
Ove-se em ti o círculo de sombra que a
madrugada esconde
vivíamos embebidos no pânico das
amendoeiras em flor
percebíamos que um dia também
seriamos flores com braços de xisto
e no peito um pequeno sorriso de rio
elevar-se-á até ao cimo da insónia...
ouve-se que o teu corpo amarrota papel
pedaços como palmas de sofrimento nas ardósias das tardes de
suicídio...
Objectos cansados pelos sons poéticos
dos teus lábios
dizes-me que sempre fui um louco
… um sonhador travestido de mendigo
voando nas transversais ruelas da cidade
eu... sou a cidade
prostituindo-se com a poesia invisível
dos trapos pincéis que o mar alimenta.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha