Adoro
os teus beijos, margarida nocturna.
Jardim
incendiado da cidade da poesia.
Dos
lábios, a jangada invisível do desejo,
A
flor clandestina da madrugada,
Os
beijos,
O
portão de entrada para o sonho,
Quando
o pequeno verso se alicerça no teu cabelo.
Adoro
os teus beijos, meu amor lunar.
Palavra
entre rios e socalcos,
Suspensa
no lábio xisto adormecido,
Quando
voa sobre o mar,
E,
alimenta todos os barcos de brincar,
Eu,
um menino em calções,
Correndo
na tua direcção,
Sem
medo de cair,
Sem
medo de te amar nesta bela noite de dormir.
Adoro,
meu amor,
Todas
as noites pinceladas de sombras,
Infinito
coração em batimentos silenciosos,
Aos
poucos, a luz de ti nas minhas mãos,
Parecendo
um veleiro encostado ao teu peito,
Sofrendo,
gemendo sons melódicos do amanhecer,
Sabes,
meu amor?
Adoro
os teus beijos, margarida nocturna.
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
18/07/2020