Mostrar mensagens com a etiqueta números. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta números. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 7 de março de 2014

O fluorescente cansaço

foto de: A&M ART and Photos

O fluorescente cansaço do abismo embainhado,
às vezes, é um penhasco enamorado,
às vezes, transforma-se em vértice, equação, às vezes grita... não.
O fluorescente cansaço padece de um imaginário número complexo,
uma paixão sem sucesso...
às vezes, despe-se,
e às vezes..., e às vezes não parece,
mas... não passa de um triste cubículo sem nexo,
vive fingindo sonhar,
e dorme... dorme fingindo escrever poemas de “nada”,
às vezes chora, e às vezes é a madrugada,
mas o fluorescente cansaço... é um amor sem solução.



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 7 de Março de 2014

sábado, 20 de julho de 2013

… um sonhador travestido de mendigo

foto de: A&M ART and Photos

Objectos complexos
quiçá dos número perfeitos que o corpo absorve
objectos como serpentes venenosas enroladas na garganta da morte...
e o teu novíssimo esqueleto de chita vagueia sobre os zincos telhados
que a noite esconde quando das estrelas vêem-se os alicerces da solidão,

Ove-se em ti o círculo de sombra que a madrugada esconde
vivíamos embebidos no pânico das amendoeiras em flor
percebíamos que um dia também seriamos flores com braços de xisto
e no peito um pequeno sorriso de rio elevar-se-á até ao cimo da insónia...
ouve-se que o teu corpo amarrota papel pedaços como palmas de sofrimento nas ardósias das tardes de suicídio...

Objectos cansados pelos sons poéticos dos teus lábios
dizes-me que sempre fui um louco
… um sonhador travestido de mendigo voando nas transversais ruelas da cidade
eu... sou a cidade
prostituindo-se com a poesia invisível dos trapos pincéis que o mar alimenta.

(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha