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domingo, 8 de junho de 2014

O teu nome...


O teu nome...
quando dormes, sonharás?

Não sei como te acordar,
não sei se tens vontade de acordar,
o teu nome?

Voltarás a sorrir?
A caminhar?

O teu nome...
quando dormes, sonharás?
Como serão os teus lençóis, a tua almofada é estampada, lisa... ou não tens almofada?
Não sei o teu nome,
porque corres junto ao mar,
não sei se lês, tão pouco me importa que leias, que nem saibas ler...
Voltarás a sorrir?
A caminhar?

E a amar?

Não sei o teu nome para te acordar,
talvez te acorde com um beijo, talvez...
e... e se não acordares?
E... e se não resultar!
Abanar-te-ei?
ou... ou finjo que és um espelho de prata deitado no desejo invisível!

Como o faço,
não sei, não sei... não sei,

E a amar?

Não sei o teu nome,
tenho dificuldade em te acordar,
e... e se tu não estiveres a dormir?
O que faço?
Não o sei, não...
o teu nome estéreo,
o teu nome agrafado aos meus lábios,
e no entanto, nunca soube o teu nome,
e no entanto... acredito que dormes, sonhas... e estás viva,
como as ruas da minha cidade,
como as palavras que mendigam a minha cidade...
uma cidade com nome, uma cidade que dorme, sonha... e acorda,

E a amar?

E a sonhar...!

Não, não sei o teu nome,
passas por mim e sinto a presença de um fantasma,
passas por mim e sinto que és uma cena cinematográfica,
ou um fotografia, a preto-e-branco, esquecida numa esquina de luz...
não sei o teu nome, e pouco me importa se tens nome.


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 8 de Junho de 2014