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domingo, 27 de novembro de 2022

Quadro sem nome

 Uma casa

Sem casa

A minha mão na tua mão

Um quadro sem nome

Que arde nesta fogueira em brasa,

 

Um nome

Sem corpo

O meu corpo

Entre as cerejas do teu olhar

Uma casa que morre,

 

Na casa sem morar

Uma casa

Sem casa

Um poema sem palavras

Nas palavras de amar,

 

Uma casa

Sem casa

Doente

Envenenada

Com tudo e com nada,

 

Uma casa contente

Uma casa

Sem casa

Uma casa revoltada

Nesta casa sem gente.

 

 

 

 

Alijó, 27/11/2022

Francisco Luís Fontinha

sábado, 31 de março de 2018

Amar sem vento


Amar sem vento, enquanto a Lua adormece o corpo cansado,

A viagem entre parêntesis, distante da sombreada escuridão,

O passo apressado,

Ofegante,

Que caminha na tua mão.

 

Amar sem vento,

Saltar as amarras do sofrimento,

Há gente, com lamento,

Enquanto os ossos fornecem o alimento,

 

A Paz sagrada, imune predicado,

Uns shots no mercado,

Um poema poeirento…

Que poisa no livro sangrento.

 

Amar.

 

Amar sem vento,

Correr as avenidas da tempestade,

Amar,

Amar-te sabendo que a saudade,

Vira gente,

Como o mar,

Ou um barco afundado.

 

Eu sento.

 

Eu sento no amar sem vento…

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 31 de Março de 2018