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terça-feira, 10 de março de 2015

As três ciganas do deserto, os homens buscam a sina do silêncio, imaginam-se uma criança de prata, frágil, brincando nas palavras rochosas da poesia, João perde-se nas cartas,
O jogo,
A mentira
Fugir para outros continentes, outras galáxias... os homens, apaixonados pelos berros, da menopausa, o sal brincando nas encostas do abutre negro, sobre ela o beijo desenhado na areia, colorido, embrulhava-a numa estrofe envergonhada, levava-a para as cabanas dos sonhos adormecidos, cerrou os olhos
Foi bom, amor,
Só?
As pálpebras de solidão gritando pela liberdade, amanhã vou recomeçar a viver, a sonhar, a... a escrever nos teus olhos,
Como são os teus olhos, meu amor!
Perdi-me,
Só?
Deus, cambaleando pelas ruas do sofrimento, olha-me e pergunta-me
Meu filho!
Sim, pai...
O corpo, meu filho, o corpo...
Três ciganas abraçadas à ardósia da tarde, os homens, conversas, e...
Palavras...
E, sim pai, não percebo as tuas palavras e não percebo os teus poemas,
Desculpa-me... meu filho,
Palavras...
Só?


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira, 10 de Março de 2015