As
três ciganas do deserto, os homens buscam a sina do silêncio,
imaginam-se uma criança de prata, frágil, brincando nas palavras
rochosas da poesia, João perde-se nas cartas,
O
jogo,
A
mentira
Fugir
para outros continentes, outras galáxias... os homens, apaixonados
pelos berros, da menopausa, o sal brincando nas encostas do abutre
negro, sobre ela o beijo desenhado na areia, colorido, embrulhava-a
numa estrofe envergonhada, levava-a para as cabanas dos sonhos
adormecidos, cerrou os olhos
Foi
bom, amor,
Só?
Só
As
pálpebras de solidão gritando pela liberdade, amanhã vou recomeçar
a viver, a sonhar, a... a escrever nos teus olhos,
Como
são os teus olhos, meu amor!
Perdi-me,
Só?
Deus,
cambaleando pelas ruas do sofrimento, olha-me e pergunta-me
Meu
filho!
Sim,
pai...
O
corpo, meu filho, o corpo...
Três
ciganas abraçadas à ardósia da tarde, os homens, conversas, e...
Palavras...
E,
sim pai, não percebo as tuas palavras e não percebo os teus poemas,
Desculpa-me...
meu filho,
Palavras...
Só?
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira,
10 de Março de 2015