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sábado, 18 de maio de 2013

e esquisitos silêncios que absorvem os teus pequenos seios

foto: A&M ART and Photos

um fino esqueleto de poeira
saber-se-à como palavras de solidão submersas em ténues jejuns de insónia
o circular olhar da nuvem sem nome
que o vento come
os finos e esquisitos silêncios que absorvem os teus pequenos seios
quando se passeiam pelas ruas junto ao Tejo,

havíamos de construir um barco das palavras nunca prenunciadas
por medo
tédio
ou ventos inventados
como caranguejos sebentas de papel esbranquiçado entre mil riscos
que uma caneta de tinta permanente derrama sobre um peito de aço,

um simples fino esqueleto de areia
moliceiro cansaço da manhã tempestade do desejo
quatro letras suspensas numa janela de salitre
e dizíamos-nos engraçados descalços e pendurados nas árvores da Madragoa
e no entanto morríamos entre ruas e casebres
e bares de Lisboa...

@Francisco Luís Fontinha