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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Poemas invisíveis


O silêncio me embala nesta jangada de dor
uma espingarda dispara
contra o meu peito
e a bala
não consegue matar-me
o jorro de palavras soltam-se dos meus lábios
prisioneiros
das tardes junto à lareira,

A ribeira
lá longe
camuflada pelas gaivotas sem nome
os barcos se afundam nas tuas pálpebras de enxofre
e os meus dedos se perdem na ardósia da noite...
o silêncio... de dor
uma espingarda em papel
tomba no chão ácido do cansaço,

Finalmente
todas as luzes do teu olhar se evaporam
como um vulcão selvagem
nos seios de uma montanha
há dentro da tua sombra
as cintilações do desejo...
e nas tuas coxas de diamante
perdem-se todos os poemas invisíveis da madrugada.



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 3 de Novembro de 2014