Mostrar mensagens com a etiqueta boca. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta boca. Mostrar todas as mensagens

domingo, 27 de novembro de 2022

Cinco mil beijos

 Tenho mais de cinco mil poemas publicados

Se cada poema fosse um beijo

Cinco mil beijos.

 

E quantas palavras têm os meus beijos?

E quantos beijos têm as minhas palavras?

Cinco mil beijos

Muitos beijos

Bocas

Lábios

Poemas e beijos

E companhia limitada.

 

Cinco mil palavras

Mais de cinco mil bocas

Outras tantas folhas em papel

Cinco mil beijos

Nos cinco mil poemas.

 

Quantos beijos tem uma palavras

E lábios?

Quantos lábios são cinco mil palavras

Dos cinco mil beijos?

 

Nos cinco mil poemas.

 

Cinco mil beijos publicados

Em muitas folhas em papel

Guardanapos manchados de vinho

Toalhas de restaurante

Tudo me servia para beijar

Os cinco mil beijos

Nos meus cinco mil poemas

Poemas de beijar.

 

Cinco mil beijos

Em cinco mil bocas

Em cinco mil pedaços de papel…

 

Cinco mil beijos.

 

 

 

Alijó, 27/11/2022

Francisco Luís Fontinha

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

As palavras de amar

 Nas finas corda de sangue

Peço à tua boca o prazer desejado

Das palavras que te escrevo

E a semente que deixo no teu peito

Mais tarde

Um poema nasce e sobe até à lua

 

E da lua

E de todas as estrelas

Oiço a voz dos silenciados foguetões das madrugadas invisíveis

 

Um grito

Os pequenos suspiros dos ossos envergonhados

A tua boca na minha boca

Quando as gaivotas junto ao mar

Dizem-me que são apenas palavras

 

As palavras de amar.

 

 

 

 

 

Alijó, 25/11/2022

(Francisco)

quarta-feira, 19 de junho de 2019

O beijo


Os teus olhos são o poema.

O poema escrito nos teus lábios de amêndoa,

Quando cai a madrugada,

E a geada,

Engorda,

Não aguenta,

O beijo feitiço,

Da tua boca envergonhada.

Os teus olhos são o poema.

O poema inventado numa noite de tristeza,

Fico triste eu,

Ficas triste tu…

Porque o luar,

Junto ao mar…

Deixou de nos pertencer.

Grito,

Escrevo,

Escrever,

Que quando te vejo,

Tremo,

Fujo,

Adormeço.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

19-06-2019

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Sílaba louca

foto de: A&M ART and Photos

A mágica sílaba louca
da ardósia tua boca
desenhando
escrevendo
construindo palavras nas pálpebras do sono,

A mágica sílaba louca
correndo à fonte a água pouca
saltitando
sonhando
as madrugadas de veludo em seu tão distinto trono,

A mágica sílaba louca
como nunca ninguém a viu nas manhãs sem touca
humedecendo
comendo
os censurados cobertores do absorto mono...

A mágica sílaba louca
sabendo que terminaram todas as rimas do silêncio em poupa
a cabeça dançando
e os braços... e os braços abraçando
as insígnias maleitas do desejo nono.


@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira, 14 de Janeiro de 2014

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Esferas de desejo


Se os olhos são a tua boca
e os teus lábios o leme dos meus beijos
se o orvalho é o cais do teu cabelo
quando nele atracam esferas de desejo...
suspensas sobre as sílabas das tuas coxas...
oiço a tua voz nas conversas de solidão
sobre um divã magoado pelo teu peso de vidro
se os teus olhos são a tua boca
deixa-me ser o teu marinheiro como se tu fosses um barco atracado no meu coração
é madrugada
tu percebes as tristezas dos elefantes quando o capim se transforma em chuva
miudinha
e as poças de lama chamam-te de amor
e tu
amas-las como amas as minhas tristes palavras...


(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
Terça-feira, 15 de Outubro de 2013

sábado, 5 de janeiro de 2013

Palavras frágeis


A todas as palavras frágeis
que desenhei na tua boca
quero-as de volta à minha mão deserta
morta

confusa porque o meu coração
sente o silêncio das rochas mergulhadas no mar
um peito arde e esfumaça-se na lareira da saudade
como todas as flores que viviam nos jardins da Babilónia

arderam morreram simplesmente subiram aos céus
e encontraram
morta
A todas as palavras frágeis

que desenhei na tua boca
a louca
porta
que se esconde nos teus abraços lilases

poucas
como as jangadas que se suicidam no lago da amoreira
troncos finos de árvores cansadas
tombam

incham
e em ais sobejam dos lábios em poesia
sentia que sinto ainda as palavras poucas
nas frágeis manhãs de Primavera.

(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
Alijó