Mostrar mensagens com a etiqueta beijo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta beijo. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Beijo

 

Amor

meu amor

vou falar-te de amor

 

e claro que o amor é um crocodilo alucinado sem vento nas mãos e sempre disponível para subir às árvores

que o amor é um poema que abraça a tua pele

que o amor é quando o teu cabelo se revolta

e teimosamente

me olha

 

e claro que o amor é um poema escrito no vento

é uma palavra que viaja à velocidade da luz

que o amor são os teus lábios escondidos

são as tuas mãos em forma de pistola

apontada ao meu coração

 

que o amor

meu amor

que o amor são os teus lábios quando a geada se despede da madrugada

que o amor também é dor

mas também é flor

que o amor são os teus olhos mergulhados na inocência da manhã

também é chocolate

cafeina

poesia

e literatura

 

que o amor

meu amor

é uma chávena de palavras

é o lanche

que o amor é o teu corpo disfarçado de estátua

que também é rio

e desejo

 

que o amor

meu amor

também pode ser um beijo

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Desejo de amar

Hoje,

Vi a lágrima de alegria nos teus doces olhos de mar,

Vi o sorrir da estrela-luar

Nos teus lábios de mel,

Hoje,

Vi o beijo desenhado

No crepe papel,

Hoje,

Vi na tua mão

O silenciado

Silêncio da alvorada…

Vi a escuridão da madrugada,

Hoje,

Hoje vi a lágrima de alegria…

Nos teus doces olhos de mar,

Vi o dia…

E vi o desejo de amar.

 

 

02/11/2023

domingo, 29 de outubro de 2023

Fim-de-semana

 São simples, os nossos fins-de-semana,

São tão simples, meu amor…

Deixamo-nos ir ao som da lareira,

Os teus olhos, abraçam os meus olhos,

Os meus lábios, escrevem, os meus lábios escrevem nos teus lábios,

E do luar do teu sorriso,

Recebo o silêncio do meu desejo.

 

São simples, os nossos fins-de-semana,

Tão simples como os poemas que te escrevo…

E vou começar a deixá-los sobre a almofada,

Tão simples, são os nossos fins-de-semana,

Deixamo-nos ir ao som da lareira,

E só regressamos de madrugada,

E regressamos um só corpo; o meu corpo e o teu corpo são apenas um corpo.

 

Depois, muda a hora e a puta da noite vem mais cedo,

Não fosse isso, meu amor, não fosse isso e os nossos fins-de-semana eram tão simples…

E tão lindos,

Nos braços destas flores em pequenas lâminas de luz que da lareira brotam…

E são tão simples, meu amor, são tão simples.

 

Depois, mais logo, leio-te “Flor de Fumo” de Nadia Anjuman…

E aí sim, temos a perfeita simplicidade da vida,

De ser feliz,

De abraçar os teus lábios na madrugada,

E perceber que sou apenas uma palavra que fugiu de um qualquer poema…

De uma qualquer sebenta de um adolescente apaixonado…

 

São simples, os nossos fins-de-semana,

São tão simples, meu amor…

Deixamo-nos ir ao som da lareira,

E esquecemo-nos que estamos abraçados ao beijo.

 

 

29/10/2023

Poetiza

 Poetiza-me com os teus lábios nos meus lábios

Mulher do meu sonhar

Palavra que a manhã lança ao mar,

Poetiza-me com as tuas mãos

Acariciando o meu rosto poético,

Poetiza-me menina das madrugadas

Quando desenho o beijo no teu ombro

E perco-me no teu pescoço,

Como um menino mimado,

Como um menino de ti,

 

Poetiza-me com toda a tua força,

Com todo o teu saber,

Poetiza-me com as palavras que te escrevo,

Com as palavras que semeio no teu seio,

Poetiza-me com os teus lábios nos meus lábios,

Com a tua boca na minha boca,

 

Poetiza-me todos os dias,

A todas as horas,

Em todas as noites,

Quando te abraço,

Quando me perco em ti,

Quando me perco neste salgado mar de inocência,

Poetiza-me nesta canção de Outono,

Com folhas lapidadas,

Das árvores,

E dos pássaros…

 

Poetiza-me com os teus lábios nos meus lábios

Mulher do meu sonhar

Palavra que a manhã lança ao mar,

Poetiza-me com as tuas mãos

Acariciando o meu rosto poético,

 

Poetiza-me com o teu cabelo poisado no meu peito,

Poetiza-me na insónia da noite,

Da insónia em desejo,

De pegar na tua mão…

E morrer,

Poetizado pelos teus lábios de mel.

 

 

 

29/10/2023

sábado, 28 de outubro de 2023

Do silêncio voz que te oiço

 Oiço a voz do silêncio

Que me traz a madrugada

Disfarçada de noite

Em noite ensonada

De nada

Amanhã um beijo nos teus lábios

Depois

Oiço a voz do meu relógio

Que me diz

Que me grita;

Amanhã são horas de sonhar.

 

Oiço a voz do silêncio

Dos teus lábios em palavras que recebo

Permitindo-me afoitar esta lareira

Nos intervalos de minha infame-glória

Viver acorrentado às primeiras lágrimas da manhã…

 

E dormir nos teus braços.

Azáfama das tuas mãos no meu rosto dorido

Às vezes triste

Às vezes sofrido

Quando oiço pela manhã

Quando recebo a noite…

A voz do silêncio,

 

Oiço a voz do silêncio

Que me traz a madrugada

Disfarçada de noite

Em noite ensonada

De nada,

Esta velha jangada

Em pedra lapidada

Durante a noite

Quando os nossos corpos se fundem

E formam a mais ínfima partícula do desejo

Da voz do silêncio

No silêncio de viver.

 

 

28/10/2023

Lábios de mel

 Desenho o fatídico beijo nos teus lábios de mel

Dos teus lábios poéticos

Do dia que não quer acordar

E no meu peito

Sinto os teus olhos de mar,

 

Desenho o beijo

Em teus lábios de mel

Manhã sonolenta

Manhã quase perfeita

Nas tuas doces mãos de seda,

 

Nas tuas doces mão de feiticeira

Quando desenho o beijo

Transparente

Leve como um pequeno suspiro

Quando inventas um sorriso,

 

Desenho o beijo

O fatídico beijo

Em teus lábios de mel

Nos teus lábios em desejo

Por palavras,

 

Sombras nos teus lábios

Beijo envenenado que desenho

Em teus lábios de mel

Em teus lábios de purpura insónia…

Quando a insónia é uma caverna de prazer.

 

 

28/10/2023

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Montanha

 Sonho-te junto a este amontoado de sombras

De riscos invisíveis

Suspensos no tecto da insónia

Sonho-te junto a este amontoado de sombras

De palavras adormecidas

De poemas

E dias

E poesia envenenada

Sonho-te cansaço nocturno da madrugada

Flor em papel

Lâmina de sono

Nos teus lábios

 

Sonho-te junto a este amontoado de sombras

De corações de púrpura manhã sem nome

Tal como eu

Que também não tem nome

Tal como eu

Que também sonho

Que desenho

E me escondo

No cimo da montanha

 

Sonho-te junto a este amontoado de sombras

De inúmeras janelas viradas para o mar

Do mar dos teus olhos

Aos olhos do teu mar

Pertinho dos rochedos

Pertinho do céu

Sonho-te acreditando que as nuvens são os teus lábios

E nos teus lábios há uma janela

Uma janela especial

Onde te sonho

E beijo

No cimo desta montanha.

 

 

16/10/2023

sábado, 30 de setembro de 2023

Janela

 Da minha janela,

Da minha janela, meu amor, um pássaro que canta,

Digamos que está feliz

E encanta

Este pobre rapaz

Este pobre… petiz,

 

Da minha janela,

Pessoas apressadas,

Mulheres em correria, compras, noites cansadas,

Um poema que morre

E um poema que se suicida no teu olhar,

 

Da minha janela, meu amor,

Nada,

O que tem a minha janela que todas as outras janelas não têm?

O mar,

A minha janela tem o mar

E os segredos do teu olhar,

 

Da minha janela, meu amor,

Nada,

Não tenho cortinado,

Na minha janela,

Da minha janela, uma flor,

Os teus olhos…

E um poema que se encanta

Com a minha janela,

Com o teu sorriso de oiro adormecido,

 

À janela,

Da minha janela,

Meu…

Pedaço de pigmento abraçado à insónia…

Desta janela,

Sem nome,

Sem cortinado…

 

Da minha janela,

Coitada da minha janela…

Ela está sempre triste,

Ela está sempre maldisposta comigo…

Da minha janela,

Os teus lábios de mel,

A Princesa das noites sem janela,

Desta janela, meu amor,

Desta janela apenas recebo os teus beijos…

 

 

30/09/2023

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Eterno abraço

 Abraça-me enquanto esta equação

Se resolve na contraluz do desejo

Abraça-me no limite inferior da paixão

Quando da integral do silêncio… recebo um beijo

 

Abraça-me enquanto Deus não me vem buscar

Abraça-me antes que esta equação deixe de ter sentido

Que esta equação se transforme em mar

E depois num qualquer sorriso sofrido

 

Abraça-me na lentidão da noite escura

Das flores envenenadas

E das palavras e da solidão que dura

 

Eternidades de permanente desassossego

Abraça-me em todas as madrugadas

E sem medo

 

 

29/09/2023

terça-feira, 26 de setembro de 2023

Flor de lótus

 Ofereço-te esta flor de lótus

Que acordou do poema

Ofereço-te um beijo

Que mergulhou no poema

E viaja em direcção ao mar

Ofereço-te a minha mão

Que pega no teu cabelo

Onde escondes a flor de lótus

Que eu te ofereci

 

Ofereço-te poesia

Ofereço-te palavras

E as tristezas do dia

E as tristes madrugadas

 

Ofereço-te esta flor de lótus

Como palavra ou confissão ou oração

Enquanto procuro nos teus lábios

Os segredos do luar

E as sombras da noite

Que te atormentam

E te ofereço

Esta flor de lótus

 

Ofereço-te esta flor de lótus

Que acordou do poema

Ofereço-te um beijo

Que mergulhou no poema

E viaja em direcção ao mar

Como se fosse uma lágrima

Não de uma lágrima de chorar…

Como se fosse uma lágrima de amar

Este porto transatlântico sem nome

E que transporto nos ombros.

Por tudo. Ofereço-te esta flor de lótus. E um punhado de fome.

 

 

26/09/2023

Cinzento silêncio

 Abraço-te com os meus braços de cinzento silêncio

Beijo-te com os meus lábios de mar encarnado

Pego na tua mão

E dançamos sobre a espuma do desejo

Abraço-te e beijo-te

Enquanto um pedaço de dia

Se perde na tua mão

Abraço-te com os meus braços de invisível paixão

Enquanto respiras ofegante

Dos cigarros que fumamos

Dos cigarros e lançamos sobre a espuma dos dias

Beijo-te e beijo o teu ombro

Onde brinca uma sanzala de prata

Com perfume de infância

Abraço-te com os meus braços de cinzento silêncio

Pássaro nocturno

Estrela Polar dos meus olhos…

E beijo-te e beijo os teus seios…

Antes que regresse o primeiro vagão da manhã

E com ele

A tristeza

 

 

 

26/09/2023

domingo, 24 de setembro de 2023

Meia-noite no teu corpo

 Meia-noite

O teu corpo silencia-se nos meus lábios

Sinto medo

Tenho medo de que o teu corpo se vista de folha de papel

E voe para o mar

E fique eternamente no mar

 

Tenho medo que os meus lábios

Machuquem o teu corpo

Quando é meia-noite

E tenho nas mãos o desejo

Tenho medo

Tenho medo que seja meia-noite

 

E que o teu corpo se confunda com um beijo

Tela adormecida na parede do teu olhar

Não tem nome

Ele

Não tenho nome

Eu

 

Meia-noite no teu corpo

Meia-noite de prazer

Quando numa outra longínqua meia-noite

Te peguei devagarinho

Tão devagarinho que a Terra parou de girar…

E o teu corpo ficou eternamente meia-noite

 

 

24/09/2023

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Feitiço

 Tens no olhar o feitiço incêndio das amendoeiras em flor

Que aprisiona

Que afugenta

As marés sem madrugada,

Feitiço

Coisas de quase nada

Tens no olhar o feitiço invisível da insónia menina

Que brinca no jardim

E saltita por entre as flores

Tens no olhar o feitiço

Primeira página de um livro

Primeira palavra de um poema…

 

Tens em ti o feitiço

De um simples olhar

Na equação complexa do desejo

Tens no olhar o feitiço beijo

Quando a manhã desenha sorrisos

Nos vidros da paixão,

 

Tens no olhar um sorriso

Um feitiço beijo no feitiço sorriso do teu olhar…

Tens no olhar a claridade do dia

Sem nuvens

Com sol

E ao longe

A lua que olha…

O feitiço do teu olhar.

 

 

20/09/2023

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Lábios de mel



Nos teus olhos de mar

Nascem as púrpuras manhãs de incenso,

Dos olhos de mar

Acordam as madrugadas

E adormecem

Nos teus olhos de mar

As manhãs cansadas,

 

Aos teus olhos de mar

Regressam as gaivotas em papel

E as primeiras palavras do amanhecer,

Nos teus olhos de mar

Esconde-se a paixão,

O beijo…

E o desejo de beijar os teus lábios de mel.

 

 

 

17/08/2023

Francisco Luís Fontinha

terça-feira, 15 de agosto de 2023

Olhos de amar

 

Perco-me neste labirinto

Procurando a sombra da tua mão

Na tua mão que sinto

Que sinto a tua mão

 

Perco-me dentro deste livro de poesia

Procuro neste livro os teus olhos de mar

Procuro neste livro o sorriso do dia

E as lágrimas do luar

 

Procuro neste labirinto de insónia adormecer

As primeiras palavras da madrugada

E sem querer

 

E sem o desejar

Procuro neste labirinto o teu rosto de cansada…

Quando este labirinto é os teus olhos de mar.

 

 

 

Alijó, 15/08/2023

Francisco Luís Fontinha

sábado, 12 de agosto de 2023

O teu poema

 

Do teu poema

Flor que se esquece de acordar

Flor do teu poema

No teu poema de amar

 

Do teu poema de sonhar

Esta flor que cresce

E se ergue no teu olhar

Como uma fogueira branda e que aquece

 

As sílabas da madrugada

Do teu poema

Ouve-se a canção da ribeira brava

 

O teu poema que lanças contra mim

Quando no teu poema

Aos poucos acorda um jardim.

 

 

 

12/08/2023

(desenho de Francisco Luís Fontinha)