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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Os pobres esqueletos de vento

foto de: A&M ART and Photos

O corpo roda e sofre
morre
evapora-se dentro das graníticas rochas do coração de água
límpida solidão caminha nas mãos da mulher apaixonada
ela vive
ela ama
ela... ela é a própria madrugada
e não sabe que dentro de mim habita uma triste palavra,

O corpo é como um livro disperso no cacimbo
e alicerça-se ao cais dos mendigos envergonhados
ela senta-se no dorso cansado que todas as quintas-feiras submerge na penumbra noite dos pobres esqueletos de vento
morre
ela vive
ela ama
ela... sente o pólen mergulhado no soalho da insónia
e dos lençóis do desejo... ela absorve o sémen do poema acabado de nascer...



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 20 de Fevereiro de 2014