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domingo, 26 de janeiro de 2020

Onde mora o silêncio, se não em ti?


As árvores deste jardim cansado,
Onde adormece o silêncio das palavras assassinadas por mim,
Há um luar desiludido,
Que grita às planícies do alecrim,
O poema desejado,
Entre versos e ossos embalsamados,
Vem a esta casa, o miúdo perdido,
Das montanhas húmidas,
A voz que alicerça a fome,
A rua que limita o olhar,
Sem nome,
Sem mar,
As árvores distintas dos pássaros, o medo de dormir,
Numa cama de pétalas encarnadas,
Nas veias, o orgasmo do cobalto,
A madeira envernizada,
Porque as lágrimas,
No rosto se perdem,
E fogem para o triste adormecer,
O vulcão quase a vomitar palavras de nada,
Sempre em alerta, sempre abandonada,
A casa,
O ódio madrugada da vida,
Entre correr,
Entre morrer,
Simples, assim,
Simples, simples, nada esquecer.
O mendigo que corre na calçada,
Desejado por uns, amaldiçoado pela namorada,
Escreve-me,
Oiço-o,
Na alvorada.



Francisco Luís Fontinha – Alijó
26/01/2020

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Metade em metade... de mim

foto de: A&M ART and Photos

Metade de mim parece uma equação desgovernada,
uma integral sem solução...
metade de mim poderia ser uma matriz composta,
esquecida no centro da cidade,
metade de mim,
um pedaço de saudade,
um beijo com sabor a madrugada,
metade da metade...
de mim,
metade de mim as vãs palavras derretidas no jardim,
procurando a outra metade,
de mim... assim... a outra triste metade suspensa nos teus lábios de alecrim.


@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 29 de Janeiro de 2014