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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Pensamento

 


Não sei em que penso

Se penso

Não sei se deveria pensar

Ou não pensar,

Pensando

Fumando,

Ou amar.

 

Não sei em que penso

Se penso

Pensando que não penso,

Pensando no meu sofrer,

Sofrendo,

E não o ser,

 

Sendo.

 

05/02/2024


segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Tua


 

Tua

Deslumbrante rio

Do Ujo se vê a tua mão

A brincar com um fio

Quando a lua

É uma canção

 

Quando a lua é um pavio

Sobre o silêncio azeite

Tua

Deslumbrante rio

Tão branco como o leite

E tão belo como uma árvore em cio

 

 

29/01/2024


quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Ujo

 


Ujo - S. Mamede de Ribatua - Alijó.


O poeta é um fotógrafo de palavras,

Um fotógrafo,

É um poeta de imagens,

 

E eu,

Sou um pássaro que voa sobre o mar…

 

04/01/2024


segunda-feira, 20 de junho de 2022

A casa poema de sonhar

 

Verde são estes olhos de dormir

Enquanto há palavras na fogueira,

Verde são os poemas de amar,

São as lágrimas de chorar;

Verde são as noites sem dormir,

São as noites junto à ribeira…

Verde são as ondas do mar

Que brincam na lareira.

 

Verde é a solidão

Sob o tórrido silêncio de escrever,

Verde é a palavra envenenada

Que tento adormecer na alvorada.

Verde sentido só possível neste coração…

Verde as nuvens do entardecer,

Que escondem socalcos enxada,

Como se o universo fosse morrer,

 

Como se o universo fosse verde aldeia.

Verde cansaço madrugar,

Que escondo no Ujo luar,

Verde que sofre, verde das almas roubadas,

Verde alegre das lágrimas semeadas.

Verde são os olhos de chorar,

Verde são os versos das janelas arrombadas

Na casa verde, na casa poema de sonhar.

 

 

Alijó, 20/06/2022

Francisco Luís Fontinha

sábado, 2 de janeiro de 2021

Sonham todos os pássaros do Ujo…

 

Quando a cidade se despede do pó e,

Uma nuvem de silêncio acorda no Vale do Tua,

A cidade morre; como morreram todas as pedras da cidade.

A terra adormece na insónia sombra da manhã,

O rio corre entre rochas e suspiros,

Como dois amantes,

Antes de nascer o Sol.

Ai senhores, tão nobre beleza!

Deitar-me enroscado ao cobertor de cinzas,

Da poeira morna do meu velho cigarro,

Erguer-me e, lentamente, aconchegar o meu estômago ao pobre silêncio granítico da alma.

A mesma cidade de há pouco,

Despenteada, de barba enrugada, caminha lentamente nas margens do Tua,

A alma veste o veneno mais belo da montanha,

Como uma criança,

Deitada na esperança.

Sonha o homem,

Sonha a mulher,

Sonham todos os pássaros do Ujo…

Até que um relógio de sombra,

Se senta na minha mão.

A invisível parede de vidro,

O fumo agreste do néon silêncio,

O barco em papel, o poema escrito no barco em papel…

Como todas as palavras das margens deste rio.

Oh Tua!

Mensagens cíclicas em nome de Deus,

Beleza do teu prazer,

Quando a cidade se despede do pó e, todos os Céus –

São motivos para escrever.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha, Alijó – 02/01/2021