foto de: A&M ART
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embainhas-te no meu
corpo como uma bala perdida
há na tua mão a
espingarda do desejo
oiço entre as
sombras e os sons metálicos
pigmentos do teu
olhar envidraçado na cidade do feitiço
às tuas pálpebras
de pergaminho
vêm a mim as
insignificantes flores da paixão
das tuas palavras
as lágrimas da
solidão
sem medo
rompem a montanha
das árvores de papel
há luz na cabana
e uma cama que nos
espera...
(estarás vivo, meu
poema de ninguém!)
há dentro de ti uma
janela
um telheiro com
odores de Carvalhais
um velho espigueiro
aproxima-se do teu coração
e entre as frestas
das ripas em madeira cansada...
os teus beijos
como nuvens de
espuma
saltando
e brincando na eira
cruzo os braços
e espero o regresso
do paquete teu corpo
há âncoras de
sémen nas palavras da madrugada
e uma flor deita-se
nos teus seios de silêncio.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sábado, 3 de Maio
de 2014