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domingo, 23 de julho de 2023

Árvore

 Esta árvore que chora

Esta árvore em sofrimento

Pobre desta árvore

Que aqui não mora

E daqui grita pelo vento.

 

Esta árvore em solidão

Suspensa numa sombra de nada

Pobre desta árvore

Que não tem coração

Nem tem madrugada.

 

Esta árvore embriagada

Esta árvore em pequenos silêncios do amanhecer

Pobre desta árvore

Desta árvore envenenada

Nesta árvore sem vontade de viver.

 

 

 

23/07/2023

Francisco

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Incêndio

 

O que interessa se a árvore tem folhas

Se a árvore tem flores

E pássaros que cantam,

 

O que interessa se a árvore tem sombra

Enquanto estás sentado

E olhas o mar,

 

O que interessa isso tudo…

Se o teu corpo arde,

Arde no incêndio de viver.

 

 

 

Alijó, 16/01/2023

Francisco Luís Fontinha

domingo, 15 de março de 2015

Árvore


Árvore
que cai no lamacento pavimento do sorriso
se deita
e fica
imóvel
tranquila
na árvore
a conquista não conquistada
o fervoroso sono da alquimia
o centro
o ponto imaginado pela mão do regresso
e fica

árvore
caída na circunferência do amor
e a paixão
imóvel
corre
corre...
porque a terra é um poço invisível
porque há nas palavras pequenos silêncios
a humidade
dos corpos
no chão
o cheiro

que parte
e não volta
o teu perfume secreto
nas pálpebras da manhã
e fica
árvore
sofrida
perdida nas pedras da calçada
desce e sobe
e senta-se...
no chão
dos narcisos em putrefacto esqueleto da escuridão nocturna...



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 15 de Março de 2015

domingo, 17 de agosto de 2014

O alicerçado enforcado


Há nesta árvore nua e ensonada,
uma vida sem alma,
um corpo fusco com odor a embriaguez,
há nesta árvore um sorriso,
uma varanda com fotografia para o mar,
o silêncio é contagioso,
doença que invade o alicerçado enforcado...
o homem que inventa tristezas,
o homem que escreve insónias,
há nesta árvore estórias,
madrugadas sem nome,
o homem...
o homem das asas negras,
esperando o regresso da jangada de granito,
ele não resiste,
e insiste...
desenhar na tempestade o infestado grito,
há...
há nesta árvore nua e ensonada,
um poeta em chamas..., um poeta que arde na fogueira...!


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 17 de Agosto de 2014