Das palavras
À morte,
Cinco segundos de sono.
As tríades flores
Da sepultura sem nome,
Quando da lápide
envenenada,
Quase noite,
Acordam as almas penadas.
Cinco segundos de sono,
Dançam na neblina
madrugada,
Quatro palavras dormem
nos braços da paixão,
Abraçam-no desde criança
menino,
Até que o choro tomou
conta dele.
As flores estão murchas,
As palavras, muito
cansadas,
Da sua mão,
Quase invisível,
Constroem-se as migalhas
nocturnas
Do cansaço.
Se bateram à porta,
Não me lembro,
Porque quase ninguém,
Bate à minha porta,
Tal como as canções que oiço,
Tal como as palavras que
escrevo;
Cinco segundo de sono,
Chegam para desenhar a morte
No muro que circunda a
aldeia.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 18/12/2021