sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Tejo


Sou um petroleiro fundeado nos teus braços,
Meu Tejo dos cansaços.
Sou um petroleiro em combustão,
Nas manhãs de nevoeiro,
Sou a fogueira da madrugada.
Sou um petroleiro,
Cansado da geada,
E do cacimbo da tua mão.
Sou um petroleiro esfomeado,
Passeando no deserto tua canção.
Sou um petroleiro avariado,
Nos rochedos da solidão.
Sou um petroleiro vagabundo,
Imundo.
Sou um petroleiro sem comandante,
Que Às vezes vai ao fundo.
Que Às vezes, sente.


Francisco Luís Fontinha – Alijó
27/12/2019

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