Das
janelas não se viam as transeuntes folhas caducas,
A
rua imunda, suja, recheada de sombras invisíveis,
E
um corpo putrefacto mergulha na minha mão…
Que
faço eu com ele?
Alimento-o,
Enterro-o…
Ou
escrevo nele a minha raiva.
As
espadas da saudade, cravadas no peito húmido do esqueleto de vidro,
As
pedras perfurantes alicerçadas nos lábios do abismo,
Sinto-me
tudo isto, ao adormecer…
Sem
perceber as palavras do amor.
Francisco
Luís Fontinha
09-09-2018