Triste
a vida de marinheiro,
Prisioneiro
Neste
porto sem nome,
Estes
socalcos me enganam
E
abraçam o rio da saudade,
Estes
socalcos lapidados na sombra da noite
Quando
regressa a verdade,
E
tenho no corpo o medo da revolta,
E
tenho nas mãos o silêncio que não volta,
Estes
socalcos da triste vida de marinheiro,
Prisioneiro
Neste
porto sem nome…
E
distante da madrugada,
Nem
idade,
Nem
dinheiro,
Triste,
Triste
a vida de marinheiro
Assombrado
pelo amanhecer do desejo
Que
se perde num beijo…
Nem
cidade,
Nem
dinheiro,
E
no tempo se esquece o coração de prata
Das
marés loiras que o mar desajeita
E
rejeita
Contra
a corrente,
Triste
a vida de marinheiro…
Triste,
Triste
na cidade ausente.
Francisco
Luís Fontinha
17/02/17