sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Amoradas


Viajo entre linhas sombreadas

e nortadas,

corpos falidos,

corpos doentes,

palavras enfeitadas de tristeza

nas profundezas da solidão,

viajo entre linhas afogadas

nas defuntas madrugadas,

quando o silêncio morre…

quando o silêncio parte para outras moradas,

a triste fotografia do teu olhar,

a simples canção fundeada no porto da saudade…

um poema inventa-se

e corre

e morre nas amoradas

das simples palavras,

oiço-as,

oiço-as quando dos livros acordam as personagens da noite quebrada

e elas partem para o infinito amor…

sem perceberem a razão de viver.

 

 

Francisco Luís Fontinha

11-11-2016