sábado, 11 de julho de 2015

Sem medo… meu amor


Não sabes o que é a dor,

Meu amor,

Quando o cansaço se embrulha na branca geada,

E ao longe,

Uma tempestade com o teu nome,

Invade a cidade imaginada,

Não sabes…

Meu amor,

O significado da alegria,

Dos cinzeiros de nuvem junto ao Pôr-do-Sol,

É noite,

Cai sobre ti o tecto da saudade,

Abres a janela,

Gritas pelo mar,

E o mar deita-se no teu corpo,

Sem medo,

Sem medo de não regressar,

Sem medo das minhas palavras

Escritas no teu olhar…

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sábado, 11 de Julho de 2015

quarta-feira, 8 de julho de 2015

103 com vista para o mar


No corredor aglomerados de aço

Cadáveres de barcos

Braços

Sombras de amor embalsamadas

Passeando na réstia manhã adormecida

Lá fora o mar entranhado nas ervas esquecidas pelo Criador

Chove

Há nas quatro paredes invisíveis

Gotículas de uma lágrima sem nome


Em direcção ao infinito

Os gemidos

A fome disfarçada de noite

Lá fora o mar

Pintado no térreo pavimento da dor

Não há palavras

Poemas

Textos

Nada

Nada

No corredor

Aglomerados

Aço

Enferrujado

Velho

Sem saber a que cidade pertence

A idade

A idade em corrida

Tropeça na Calçada

Dorme

Acorda

E finge…

Finge não ter medo da madrugada.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Quarta-feira, 8 de Julho de 2015