as
hastes virtuais do cansaço alimento
tenho
no corpo as sentinelas do abismo
pensando
bem
amanhã
perguntarei ao corredor envidraçado
se...
se
a Primavera é isto...
a
porcaria caligrafia dos voos nocturnos da paixão
o
exilado amor
acorrentado
às primeiras páginas de um livro
as
tormentosas sílabas do adeus
caminhando
junto à praia
a
morte constituída arguida das sombras em flor
o
prisioneiro eu
só
sempre
só
meu
amor
amor
meu
só
sou
uma árvore sem sorriso
um
esqueleto de letras
cambaleando
na noite dela
nunca
tive a noite
meu
amor
sentia-me
disforme
ambíguo
sonâmbulo
das viagens clandestinas
no
teu corpo em STOP
Pára
tudo
meu
amor
as
pessoas
os
carros
as
pessoas e os carros
embrulhados
em perfume de luz
vou
e
acredito não voltar mais
para
quê?
meu
amor...
regressar
aos teus braços...
Francisco
Luís Fontinha - Alijó
Sábado,
25 de Abril de 2015